Genu Moraes, uma importante personalidade para sociedade piauiense, morre aos 87 anos após sofrer parada cardíaca
A filha do ex-governador Eurípedes de Aguiar e importante
personalidade para sociedade piauiense, Genu Moraes, morreu aos 87 anos após
sofrer uma parada cardíaca na manhã desta quarta-feira (07), no Hospital São
Paulo, na zona Leste de Teresina.
Ela estava internada desde dezembro após sofrer uma
intoxicação alimentar e apresentava um quadro clínico crítico.
Teresina Maria Genovefa de Aguiar Moraes deixa três filhos e
o local onde deve acontecer o velório e sepultamento ainda não foram divulgados
pelos familiares.
Conheça mais sobre Genu Moraes
Maria Genoveva de Aguiar (Genu Moraes) nasceu a 15 de
fevereiro de 1927. As primeiras letras aprendeu com a mãe, Gracy Lopes. Depois
foi estudar com Maria Dina Soares, figura de mestra das letras e da música,
ingressando, em seguida, no Colégio das Irmãs, onde as rezas prolongadas e o
rigor da disciplina levaram-na a solicitar de seu pai o desligamento do
colégio. Passou a estudar no Grupo Escolar Barão de Gurgueia, que tinha como
professoras Odete Batista, irmã de Jônatas Batista, um dos fundadores da Academia
Piauiense de Letras, Dagmar Rosa, filha do governador Miguel Rosa, e a prima
Nair, filha do governador Antonino Freire, e esposa do des. Pedro Conde.
Estudou em Belo Horizonte, no Colégio Izabela Hendrix.
Terminado o curso científico, seguiu para o Rio de Janeiro, onde faria o
pré-vestibular, mas desistiu de prestar o concurso. Ainda assim, ganhou de
presente do pai um automóvel importado dos Estados Unidos, que logo aprendeu a
dirigir.
Ao retornar a Teresina, passou a ser alvo dos mais diversos
comentários por dirigir sozinha. Ainda mais por andar acompanhada dos rapazes
mais cobiçados da cidade. Independente, mesmo noiva do João Mendes Olímpio de
Melo, filho do governador Matias Olímpio de Melo, não mudou o seu
comportamento, o que provocou, em pouco tempo, o rompimento do noivado.
Casou-se a 9 de agosto de 1947, no Rio de Janeiro, com Antônio Severiano de
Moraes Correia, industrial parnaibano educado nos Estados Unidos.
O casal foi residir em São Luís, cidade onde se realizou
social, profissional e politicamente. Antônio Moraes Correia, herdeiro da
tradicional Moraes S.A., empresa de exportação parnaibana, logo se instalou no
mercado de São Luís, abrindo uma grande casa comercial, que vendia inclusive
avião. Genu Moraes, que tinha agenda diária repleta de compromissos sociais por
acompanhar o marido, membro do Rotary e de outros clubes de igual importância,
nos principais eventos da cidade, foi procurada pelo jornalista José Pires de
Sabóya, diretor do jornal O Imparcial (sediado num sobrado da Rua Afonso Pena,
naquela cidade), para que ela assinasse a coluna Em Sociedade, que se tornou
uma das mais lidas do Estado. Foi a primeira mulher no Brasil a ser presidente
de Sindicato de Jornalistas.
Ela era vice do presidente Otelino Nova Alves, assassinado
por um delegado de polícia, em plena Praça João Lisboa (Largo do Carmo), por
ter denunciado contrabando de café no Maranhão.
Destemida, lutou até ver o
assassino preso. A cavalo, trem, caminhão e outros meios de transporte
coordenou, na parte norte do Estado, a campanha vitoriosa de Rocha Furtado ao
governo do Estado (1947 - 1950). Foi presidente da ADAPI - Associação das Damas
de Assistência e Proteção à Infância, em São Luís (MA). Foi chefe do Cerimonial
do Palácio de Karnak nos governos Alberto Silva e Francisco de Assis Moraes
Souza, o Mão Santa (seu sobrinho). Genu Moraes e Antônio Moraes Correia tiveram
os seguintes filhos: Jozias, Lidia e Lúcia de Moraes Correia.
Genu Moraes reside no casarão da Avenida Antonino Freire
(seu tio, governador do Piauí), onde guarda, com carinho, as lembranças e as
tradições da família. Sempre de portas abertas, ela atende a todos com igual
tratamento. Estar com ela é um eterno aprendizado.
Fonte:www.meionorte.com


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