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Frentistas são obrigados a pagar por dinheiro de assalto em posto de gasolina

O prejuízo dos assaltos aos postos de combustíveis no Piauí é pago pelos frentistas. O Sindicato dos Trabalhadores de Postos de Combustíveis e Derivados de Petróleo já recebeu mais de 500 denúncias em relação à cobrança indevida, que tem motivado muitos pedidos de demissão.
Segundo o presidente do Sindicato, Sebastião Oliveira, há uma fiscalização constante junto aos postos e mesmo assim, a irregularidade continua. "Os frentistas fazem a denúncia junto a nós e muitas delas estão sendo encaminhadas ao Ministério Público para que eles (os frentistas) não sejam penalizados por uma ação que eles não têm controle", relata o presidente. 
No período que abrange 2014 até o momento, mais de 300 frentistas pediram demissão dos trabalhos por conta do risco que existe na profissão. O sindicato já realizou 590 fiscalizações e parte das denúncias são encaminhadas ao Ministério Público e Ministério do Trabalho para que haja o ressarcimento do dinheiro pago indevidamente.
Carlos Cunha foi frentista cerca de cinco anos em um posto de gasolina da zona sul de Teresina, nesse período já sofreu mais de seis assaltos à mão armada. “O último assalto foi em outubro de 2014 e, depois disso, pedi demissão do emprego por conta do medo e também porque meu salário ficava retido pra suprir o dinheiro roubado do posto", desabafa Carlos. O ex-frentista ainda conta que já pagou mais de mil reais em um único assalto que presenciou enquanto estava de plantão.  
O sindicato relata que, quando há uma denúncia e o posto vai ser fiscalizado, o dono apresenta documentos que registram adiantamento de salário. Mas Carlos Cunha contesta. "Já teve meses em que eu não recebi nada e nenhuma explicação era dada por conta disso", afirma o ex-frentista.
Sebastião Oliveira relata que a ação de declarar adiantamento de salário, sendo que isso é para sanar o dano causado ao posto, é uma atitude ilegal. “Várias denúncias já foram homologadas e após isso, o dono do posto foi obrigado a devolver o dinheiro retido indevidamente do funcionário", complementa o presidente.
Mesmo com a ação do Sindicato dos frentistas, Carlos Cunha nunca recebeu o dinheiro que ‘pagou’ pelos assaltos. “Eu sempre fazia denúncias ao Sindicato, mas mesmo com toda a fiscalização, nunca fui ressarcido", diz o ex-frentista.
Muitos trabalhadores desistem de registrar a ocorrência porque não conseguem reverter a ação. "É importante denunciar a ilegalidade. O sindicato foi criado para defender a classe denunciar os abusos", finaliza Sebastião Oliveira.
Fonte: www.portalodia.com