Cientistas podem ter encontrado duas novas formas de prevenção ao HIV
Cientistas alemães e norte-americanos divulgaram dois estudos
nos quais relatam a descoberta de novas abordagens para combater a epidemia de
Aids no mundo. Apesar de diferirem entre si, ambas as formas visam destruir o
potencial de infecção do sêmen, o principal vetor de DSTs. O esperma contém
proteínas específicas que formam as chamadas fibras amiloides, que aumentam as
chances de transmissão de vírus durante o ato sexual desprotegido em até 10 mil
vezes.
De acordo com um dos estudos, coordenado por pesquisadores
da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e da Universidade de Ulm,
na Alemanha, uma nova molécula, chamada de CLR01, seria capaz não só de
bloquear a infecção por HIV e por outros vírus sexualmente transmissíveis, como
também de agir diretamente no sêmen, quebrando proteínas que impulsionam a
infecção. Ainda segundo os cientistas, que publicaram os resultados em agosto
no jornal científico eLife, a molécula CLR01 tem o formato de uma pinça, que
destrói a membrana viral do HIV e impede que a transmissão ocorra.
O mais interessante, porém, é que a ação dessa "pinça
molecular" é exclusiva para o vírus da Aids, de modo que ela não interage
com outras membranas celulares e poderia, por exemplo, ser usada na composição
de géis anais e vaginais, aumentando ainda mais o arsenal contra a infecção por
HIV.
O modo como a molécula funciona pode, ainda, abrir caminhos
para que ela opere da mesma maneira contra outras doenças sexualmente
transmissíveis, como hepatite C e herpes. Segundo os idealizadores do estudo,
no futuro, este método pode ser eficiente no combate a outras infecções virais,
como gripe e até mesmo o ebola.
Já a outra pesquisa, publicada na edição de agosto da
revista Chemistry & Biology, mostra que destruir as fibras amiloides do
sêmen durante as fases iniciais da infecção pelo HIV pode ser um método de
prevenção tão eficaz quanto. De acordo com os pesquisadores, a regra é clara:
quanto menor a quantidade dessas fibras no esperma, menor a chance de
transmissão do vírus causador da Aids. Para chegar a essa conclusão, os
cientistas modificaram geneticamente uma levedura para que ela produzisse uma
proteína capaz de provocar um "choque térmico" que destrói as fibras
amiloides presentes no sêmen e diminui consideravelmente a possibilidade de
infecção.
Ambas as descobertas ainda estão em fase de testes, mas os
estudiosos sinalizam que, se comprovada sua eficácia, os estudos poderão servir
como uma nova abordagem no combate à epidemia de Aids, principalmente em países
onde o estigma contra soropositivos ainda é muito grande, como é o caso de
diversas nações da África. Com as novas descobertas e com uma possível expansão
de sua eficácia contra outras doenças causadas por vírus, espera-se que novas
estratégias de prevenção possam ser incorporadas no dia a dia da população.
Fonte: Minha Vida


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