Adolescentes são ouvidos por quase 8hr e não esboçam reação ao saber da morte de Danielly
Terminou por volta das 17h desta quinta-feira (11/06), a
oitiva do menores no Complexo da Cidadania. No momento em que eles saíram, um
forte aparato policial foi montado para evitar que a imprensa fotografasse ou
filmasse os adolescentes. Vários carros foram estacionados na garagem, formando
um comboio com um Doblô da Secretaria de Assistência Social e Cidadania e duas
viaturas da Polícia Militar.
Um carro da Força Tática foi na frente, abrindo passagem
para os demais veículos onde estavam os adolescentes. O Doblô levou três
menores e por último passou a outra viatura da PM, com o quarto suspeito. Eles
foram separados para evitar briga entre si. O que foi separado teria irritado
os demais ao fazer revelações sobre o crime durante seu depoimento.
Duas mulheres, familiares dos menores, saíram em seguida,
num micro-ônibus.
Ao sair, a delegada do Núcleo de Feminicídio, Tânia Miranda,
disse que o caso segue em segredo de Justiça e não deu detalhes sobre os
depoimentos dos quatro menores. "Haverá novas oitivas, tanto com as
vítimas como com os acusados", destacou.
O promotor Cesário Cavalcante reiterou que nenhuma
informação fornecida pelos menores durante os depoimentos pode ser divulgada,
caso contrário todo o processo pode ser anulado pela Justiça.
O diretor do Centro Educacional de Internação Provisória
(CEIP), Anderlly Lopes, informou que durante a tomada de depoimentos dos
menores, não houve nenhuma alteração de comportamento. “Os adolescentes ficam
calados, apenas respondem as perguntas dos promotores e permanecem de cabeça
baixa", conta.
Os adolescentes foram informados no final da manhã da morte
da vítima Danielly, e não teriam esboçado nenhuma reação. Com a morte da
menina, o processo vai sofrer modificações. Além de estupro e lesão corporal,
os menores vão responder por homicídio qualificado.
A promotoria também está ouvindo os familiares dos menores.
Os quatro menores devem retornarão para o CEIP após os depoimentos, e dependendo
da pena podem ser encaminhados ao Centro Educacional Masculino, conforme
decisão da 2ª Vara da Infância e da Juventude. O encerramento da oitiva está
previsto para às 17 horas. A titular da Delegacia do Menor Infrator, Tânia
Miranda, também está acompanhando todo o processo.
Segundo o juiz da 2ª Vara da Infância e da Juventude de
Teresina, doutor Antonio Lopes, é possível que os promotores e o juiz Leonardo
Brasileiro façam a acareação dos adolescentes após ouvir seus familiares.
Em conversa com a equipe de reportagem, o juiz da Vara de
Execução Penal, Antonio Lopes, disse que os adolescentes devem ser punidos com
três anos de internação com medidas socioeducativas e mais três anos em regime
de semi liberdade no Centro Educacional Masculino (CEM), em Teresina.
No entanto, o magistrado teceu críticas à segurança do
regime de semi liberdade. "As fugas mais constantes são em semi liberdade.
É como se esse regime fosse uma espécie de 'cano' por onde os meninos fogem.
Esse sistema nosso não recupera coisa nenhuma. Não se aplica o ECA em Teresina,
é mera internação, mero isolamento", afirma o juiz Antonio Lopes.
Por volta do meio dia, o primeiro adolescente terminou de
dar o seu depoimento. O juiz determinou que cada um terá 50 minutos para
responder às perguntas. A oitiva deve terminar às 15h.
Os quatro menores suspeitos de cometerem estupro coletivo
contra quatro adolescentes em Castelo do Piauí começaram a ser ouvidos por
volta das 9h desta quinta-feira (11/06) no Complexo da Cidadania, em Teresina.
Eles precisam ser julgados até o dia 12 de julho, ou seja, 45 dias após o
crime.
O primeiro a ser ouvido na oitiva é o menor que está
relatando como todo o crime aconteceu. Os juízes optaram por ouvi-lo antes dos
outros para poder liberá-lo logo em seguida e evitar possíveis conflitos entre
ele e os outros envolvidos.
O depoimento dos menores está sendo acompanhado pelo juiz de
Castelo do Piauí, Leonardo Brasileiro, pelo promotor Cesário Cavalcante, pelos
familiares dos suspeitos e por um defensor público. Segundo o promotor, o
objetivo da oitiva que acontece hoje é confrontar as versões apresentadas no
dia em que os menores foram apreendidos. “Queremos saber se há contradição no
que cada um falou”, disse Cesário.
Policiais Militares estão reforçando a segurança no Complexo
da Cidadania. De acordo com o coronel Márcio Oliveira, a PM precisa garantir a
integridade dos menores e dos seus familiares, que chegaram em uma van. O
depoimento não foi colhido em Castelo porque a comoção na cidade está muito
grande e não teríamos como oferecer a segurança necessária. "Nós vamos
escoltar as famílias dos menores de volta para Castelo", disse o coronel.
O depoimento do único maior de idade apontado como suspeito,
Adão José de Sousa, ainda não foi ouvido. A justiça aguarda o resultado dos
exames de DNA que podem comprovar o envolvimentos dos acusados.
Entre as vítimas, Danielly Rodrigues Feitosa, 17 anos,
morreu no último domingo (07). Duas já receberam alta e outra ainda se recupera
no Hospital de Urgência de Teresina.
Fonte: Portal O Dia



Poste seu comentário