De acordo com estudo recente,
realizado pela International Stress Management Association (Isma), as críticas
e desaprovações dos pais são a causa do estresse para 63% das crianças.
As crianças podem ter reações físicas e
mentais, associadas à ansiedade – que convencionou-se chamar de estresse. No
entanto, o mesmo evento pode repercutir de maneira diferente em cada criança,
de acordo com sua idade, capacidade de elaboração e a maneira como os pais
conduziram a questão. A estrutura familiar moderna leva a uma diminuição do
tempo de interação entre pais e filhos, empurrando os pais para um sistema de
autocobrança e, ao mesmo tempo, de cobrança excessiva da criança, como se os
pais procurassem “compensar o tempo gasto fora de casa".
A pesquisa do Isma mostrou que o
estresse infantil pode ser traduzido em problemas físicos sem causas aparentes,
como diarreias, náuseas, dores de cabeça e de estômago, além de distúrbios do
sono. Estes sintomas também podem ser usados pela criança para evitar ir à
escola ou outro ambiente social onde possa lhe causar algum tipo de sofrimento.
Marilda Emmanuel Lippenfatiza em
seu livro "Crianças estressadas:
Causas, Sintomas e Soluções", que quando o estresse é prolongado, as
glândulas supra-renais passam a produzir corticosteróides em quantidade muito
grande. Esse aumento na produção afeta diretamente o sistema imunológico,
reduzindo a resistência da criança e tornando-a vulnerável a ao desenvolvimento
de infecções e de doenças contagiosas. Em virtude do enfraquecimento do
organismo, doenças que permaneciam latentes podem ser desencadeadas, Úlceras,
asma, diabetes, problemas dermatológicos, alergias, bronquite e obesidade podem
surgir.
O stress, que é uma reação do
organismo frente à situações muito difíceis ou muito excitantes, também pode
ocorrer em crianças de qualquer idade, independentemente do sexo. Ele pode se
manifestar através de sintomas físicos ou psicológicos.Muito frequentemente, os
pais não sabem reconhecer que seu filho está estressado.A criança, que não
consegue saber claramente o que está sentindo, passa como sendo malcriada ou
birrenta, quando na verdade ela está sofrendo a ação nefasta do stress
excessivo.
Os sintomas físicos mais comuns de stress infantil são:
Dor de
barriga;
Diarréia;
Tique nervoso;
Dor de cabeça;
Náusea;
Hiperatividade;
Enurese
noturna (xixi na cama);
Gagueira;
Tensão muscular;
Ranger de dentes;
Falta de
apetite;
Mãos frias e suadas.
Os sintomas psicológicos do stress infantil
são:
Terror
noturno;
Introversão súbita;
Medo ou choro excessivo;
Agressividade;
Impaciência;
Pesadelos;
Ansiedade;
Dificuldades
interpessoais;
Desobediência;
Insegurança;
Hipersensibilidade.
Vale lembrar que nenhum sintoma
isolado pode ser interpretado como sinal de stress. É importante verificar se
vários sintomas estão ocorrendo juntos.
O stress não tratado e prolongado
pode levar a uma série de doenças e problemas de adaptação, inclusive na
escola. Além disso, a criança que não aprende a lidar com a tensão quase sempre
se torna um adulto vulnerável ao stress. Por isso, é sempre melhor aprender a
lidar com os problemas quando se é ainda bem jovem, embora na idade adulta
também possa se adquirir técnicas de controle do stress.
O surgimento do stress infantil
está muito associado à morte na família, brigas constantes entre os pais,
separação de pais, mudança de cidade ou escola, escolas ruins, professores
inadequados, atividades em excesso e Viagens longas.
O brincar pertence à alma e à essência do ser humano. Por isso um espaço de aprendizagem para a infância não pode abdicar da natureza. Eles precisam de um espaço onde o tempo sem tempo possa ocorrer. O tempo da criança é infinito, sem pressa.
Como ajudar:
Tente
identificar o que está estressando seu filho. Se possível, diminua a pressão
que ele está sofrendo.
Não
o poupe em demasia. A criança que é muito protegida não desenvolve imunidade ao
stress.
O
stress deve ser proporcional à idade e ao amadurecimento da criança. Quando não
for possível protegê-lo do stress excessivo (como no caso de uma morte na
família, mudança de cidade etc), é necessário que se tornefortalecer a criança
para lidar do melhor modo possível com a situação.
Aprender a ouvir os próprios
filhos é a melhor forma de perceber diferentes tipos de alterações, evitando o
estresse infantil. "Crianças são seres bastante sofisticados e capazes de
compreender coisas que os adultos supõem que elas não entendam. Também é
preciso prestar atenção às suas reações físicas, se estão adoecendo com
frequência e o tipo de diversão que escolhem, já que tendem a resolver
problemas através das brincadeiras”. Dentro do processo
psicoterapêutico se faz uma busca de ferramentas importantes para ajudar a
criança a desenvolver suporte adequado para o enfrentamento de tal situação.