- A vacina como a Covishield, da AstraZeneca, pode causar sintomas mais intensos porque foi produzida por meio de um adenovírus, causador de resfriados em humanos. Vale frisar que esse vírus, apesar de teoricamente estar “vivo”, é modificado para não conseguir se replicar. Ou seja, não existe a possibilidade de ele se reproduzir no organismo humano.
A AstraZeneca recorre a um tipo de adenovírus de chimpanzés – e isso não deve ser encarado como um problema. “Vírus de resfriado são comuns em humanos e chimpanzés. Esses que são utilizados não causam doença nas pessoas”.
- A vacina da Janssen segue a mesma lógica. “Ela usa o adenovírus humano 26, também alterado para não se replicar”. Trata-se do mesmo vetor utilizado na Sputnik Light e na primeira dose da Sputnik V, complementada na segunda dose com o adenovírus 5.
- A CoronaVac, do Instituto Butantan, tende a provocar menos o organismo porque é produzida com o vírus morto. “Para que a inflamação ocorra, ele é combinado com um adjuvante, o hidróxido de alumínio. É essa substância que dá o alerta ao sistema imunológico”.
- Já o imunizante do laboratório Pfizer é feito à base de RNA (ácido ribonucleico), e o nosso sistema imune foi treinado para encará-lo como sinal de perigo. “Nesse caso, a sirene que toca no organismo para informar que uma inflamação está ocorrendo é bem alta”. Mas esse processo é controlado, isto é, o RNA é modificado para manter a resposta no nível desejado.
- A Covaxin, vacina indiana já comprada pelo Ministério da Saúde, promete menos reações, já que sua fórmula é bem semelhante à da CoronaVac.
- A resposta inflamatória é parte da construção da imunidade e não é preocupante. “A gente começa a perceber esses sintomas em cerca de 24 horas, e eles podem durar até três dias. Depois, quem assume é a resposta adaptativa, que gera uma memória específica do vírus, consolidando-se em cerca de 14 dias”.
- Superinteressante