A coordenadora da Mulher do TJ-PI, juíza Keylla Ranyere Lopes Teixeira Procópio, destaca que a maior parte das medidas se concentram na Capital.
“O Juizado de Violência Doméstica e Familiar de Teresina registrou, somente ano passado, 1.858 pedidos de medidas protetivas; em segundo lugar está a Vara Agrária de Bom Jesus, com 498 solicitações; e em terceiro, a 4ª Vara de Picos, com 395”, cita a juíza.
Segundo a magistrada, os dados mostram que a violência contra a mulher é crescente no Estado. “O monitoramento desses números permite que o poder público e toda a rede de proteção à mulher realizem ações para evitar e enfrentar a situação. Conceder medidas protetivas é só um dos tipos de ação; necessitamos de políticas públicas e do envolvimento de todas as esferas de gestão para reduzir a violência doméstica e familiar contra a mulher”, ressalta.
As medidas protetivas de urgência têm por finalidade a proteção da mulher vítima de violência doméstica baseada no gênero, a fim de preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. São requeridas pela própria vítima, por intermédio da autoridade policial (delegado de Polícia Civil), da Defensoria Pública ou por advogado, e podem ser concedidas dentro de um procedimento criminal ou em processo separado, mas com os mesmos objetivos, no prazo de 48 horas.
Segundo o juiz auxiliar da presidência do TJ-PI, Rodrigo Tolentino, o aumento de pedidos de medidas protetivas de urgência pode ser atribuído a uma soma de fatores, como o aumento real dos casos de violência doméstica; a maior conscientização das mulheres vítimas de violência doméstica sobre a importância de denunciar imediatamente às autoridades competentes; e a melhoria das políticas públicas de enfrentamento à violência doméstica, em um contexto geral.
MONITORAMENTO
O poder judiciário do Piauí acompanha as novas Medidas Preventivas de Urgência, por meio do Painel das Medidas Protetivas de Urgência.
A plataforma é atualizada trimestralmente pela Seção de Estatística do Tribunal de Justiça, vinculada à Secretaria de Gestão Estratégica (SEGES), com o objetivo de auxiliar na elaboração de estratégias para combater a violência contra a mulher e melhorar o atendimento à vítima no Estado.
Fonte: Cidade Verde