Dos 224 municípios piauienses, só Teresina regula serviço de água no Estado
Foram analisados, além das características gerais, receitas orçamentárias, atividades regulatórias praticadas, quadro pessoal e operacional, dentre outros aspectos.
Com relação aos custos da ARSETE relativos aos componentes abastecimento de água e esgotamento sanitário, na pesquisa foi apresentado um valor médio mensal de R$111.000,00. No ano de 2012, o valor executado pela agência foi de R$ 516.00,00.
Para coordenador da pesquisa, Alceu Galvão, o fato de apenas Teresina realizar a regulação dos serviços de água e esgoto deixa o Piauí em uma situação bastante delicada. “Essa ausência de regulação é mais agravada no Piauí, onde só temos o município de Teresina, que tem a ARSETE”, observa.
Ele destaca que no Piauí são poucos os municípios que possuem planos de saneamento básico o que é algo bastante sério, pois em 2014, as cidades que não possuírem esse plano não receberão recursos da União, de acordo com a Lei 11.445/2007.
Segundo Alceu, um contingente elevado de municípios brasileiros corre o risco de não receber estas verbas. Para o coordenador uma possível solução para evitar este problema no Piauí, seria o estado criar uma agência reguladora que recebesse delegação dos municípios para exercer suas atividades com autonomia financeira e administrativa necessária. Desta maneira, os municípios poderiam cumprir o que preconiza a legislação e garantir o recebimento devido de recursos.
De acordo com o diretor presidente da ARSETE, Paulo de Tarso Vilarinho, Teresina não corre o risco de ficar sem os repasses federais. Ele informa que uma empresa já está elaborando o plano de saneamento básico da capital que deve ficar pronto até o ano que vem.
Para que serve a regulação desses serviços?
Criar uma agência reguladora não é uma tarefa fácil como observa o coordenador da pesquisa, Alceu Galvão:
"Regulação é uma atividade complexa. Você tem que criar quadros e tem que formar reguladores", explica. No entanto, ele reconhece que extremamente necessário, já que elas objetivam estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a satisfação dos usuários As agências reguladoras, criadas por meio de leis, tem o papel de regular os serviços essenciais prestados por empresas públicas, de capital misto ou privado. Cabe a elas prevenir e reprimir o abuso do poder econômico.
São elas, por exemplo, que definem tarifas, assegurando o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos, mediante mecanismos que induzam a eficiência dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade.
É primordial que elas tenham autonomia financeira e decisória, isentas de quaisquer interesses político-partidários.
Em Teresina, por exemplo, a ARSETE possui esta autonomia. De acordo com o diretor, a autonomia é garantida com verba da AGESPISA, que mensalmente repassa 1,1% do seu faturamento mensal na cidade.
Apesar de a pesquisa mostrar que apenas 2.716 possuem regulação, das 5.570 cidades do país, os avanços são crescentes, já a quantidade de municípios que vêm adotando a regulação aumenta a cada ano.
Fonte: http://www.meionorte.com

Poste seu comentário