Análise foi feita com pessoas que completaram o esquema vacinal. Imunizante se mostrou eficaz na proteção e redução de casos graves e hospitalizações para todas as variantes, incluindo a delta.
1 de 1 Brasil recomendou suspender vacinação de adolescentes; no Reino Unido, decisão de vacinar com uma dose de Pfizer se deu nesta semana. — Foto: Getty Images via BBC
Brasil recomendou suspender vacinação de adolescentes; no Reino Unido, decisão de vacinar com uma dose de Pfizer se deu nesta semana. — Foto: Getty Images via BBC
Novos dados sobre a vacina da Pfizer, publicados em revista científica nesta segunda-feira (4), confirmam números já divulgados pela empresa: a eficácia do imunizante após seis meses da segunda dose permaneceu em 90% contra casos graves e hospitalizações para todas as variantes, incluindo a delta.
"Nosso estudo confirma que as vacinas são uma ferramenta crítica para controlar a pandemia e permanecem altamente eficazes na prevenção de doenças graves e hospitalização", afirmam os pesquisadores no estudo divulgado pela "The Lancet".
Para chegar a esses resultados, os pesquisadores analisaram cerca de 3,5 milhões de registros disponíveis no sistema de saúde da Kaiser Permanente Southern California (KPSC), um centro de pesquisa, entre 4 de dezembro de 2020 e 8 de agosto de 2021.
A investigação também confirmou um outro dado importante apontado anteriormente pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e também pelo Ministério da Saúde de Israel: a eficácia contra a infecção diminui conforme o tempo.
Ao analisar a eficácia do imunizante apenas em casos de infecção pela variante delta, os pesquisadores notaram que a imunidade foi de 93% um mês após a segunda dose para 53% após quatro meses da vacinação. Ao observar a resposta imune gerada em casos de infecção por outras variantes, a imunidade foi de 97% e diminuiu para 67% após quatro meses.
Para o vice-presidente e diretor médico da Pfizer Vaccines, Luis Joda, essa descoberta explica o motivo de algumas pessoas se infectarem mesmo após completarem o esquema vacinal e reforça a urgência em expandir a vacinação para todas as pessoas o mais rápido possível, uma vez que basta uma pessoa infectada para colocar todos em risco.
"As infecções de Covid-19 em pessoas que receberam duas doses de vacina são, provavelmente, devido à diminuição [da eficácia], e porque foram causadas por delta ou outras variantes que escapam da proteção da vacina", explicou Joda.
Contudo, essa descoberta não interfere na proteção contra hospitalizações e casos graves, que permanece em 90% para todas as idades, todas as variantes e inalterada nos seis meses decorrentes após a segunda dose da vacina. Ou seja, mesmo que uma pessoa se contamine com o vírus após se vacinar, ela possui 90% de chances de não ser hospitalizada.