Senado aprova nova regra do seguro-desemprego
O Senado aprovou na noite desta terça-feira (27/05) a Medida
Provisória 665, que altera o acesso a benefícios trabalhistas, como o
seguro-desemprego, a primeira de um conjunto de propostas enviadas ao Congresso
Nacional pelo governo federal para o ajuste das contas públicas.
A MP, que teve seu texto principal aprovado com 39 votos a
favor e 32 contrários, segue para a sanção presidencial e abre o caminho na
pauta do Senado para a análise da MP 664, que modifica benefícios
previdenciários, como a pensão por morte.
Com uma margem não muito confortável para o governo, os
senadores aprovaram o texto principal da medida depois de rejeitarem as emendas
que poderiam alterar a MP.
Mesmo senadores de partidos que integram a base do governo e
detêm ministérios posicionaram-se contra a proposta.
Os petistas Lindbergh Farias (RJ) e Paulo Paim (RS), além de
Cristóvam Buarque (PDT-DF), Marcelo Crivella (PRB-RJ), Roberto Requião
(PMDB-PR) e Hélio José (PSD-DF), todos de partidos da base, chegaram a assinar
um manifesto contra o ajuste.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e os integrantes do
PSB Antonio Carlos Valadares (SE), Lídice da Mata (BA), João Capiberibe (AP) e
Roberto Rocha (MA) também assinam o documento divulgado na semana passada.
A medida foi alvo de duras críticas de entidades sindicais,
como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical.
MEDIDA CONTROVERSA
A MP prevê uma carência de 12 meses para a concessão do
seguro-desemprego pela primeira vez ao trabalhador. O governo pretendia, quando
editou a MP, elevar esse período dos atuais 6 para 18 meses, mas o prazo foi
alterado para 1 ano ao longo da tramitação no Congresso.
O texto também estabelece um prazo de 90 dias de atividade
remunerada para o recebimento do abono salarial anual, que terá o valor máximo
de um salário mínimo, para beneficiários que trabalhem em empresa que contribua
para o PIS/Pasep. A regra atual estipulava esse prazo em um mês.
O cálculo do abono será feito de maneira proporcional, a
exemplo do que já ocorre para o pagamento do 13º salário.
O artigo que trata do abono foi alvo de críticas de
senadores, que questionaram a constitucionalidade do dispositivo. O líder do
PMDB na Casa, Eunício Oliveira (CE), anunciou em plenário que havia acordo para
que a carência de 90 dias fosse vetada.
Na segunda-feira, munido de parecer prévio da
Advocacia-Geral da União (AGU), o governo argumentou que não teria encontrado
inconstitucionalidade nas regras que tratam tanto da carência quanto da
proporcionalidade do abono.
A negativa do governo atrapalhou o início da votação da
matéria, que já havia sido discutida na última semana.
Durante a sessão do plenário, a oposição utilizou-se de
previsões regimentais para atrasar a análise da medida e conseguiu fazer com
que a votação das premissas constitucionais da MP –etapa meramente formal
normalmente cumprida de maneira simbólica– fosse realizada de maneira nominal,
pelo painel.
A pequena margem de vitória nessa votação, de 36 votos a
favor e 32 contra, já demonstrava a divisão e o clima de tensão entre os
senadores, que perduraram e se manifestaram na apreciação do texto principal da
proposta.
A sessão chegou a ser suspensa, após manifestantes vestidos
com coletes da Força Sindical gritarem palavras de ordem contra a presidente
Dilma Rousseff e o PT. Alguns dos que protestavam foram expulsos da galeria.
Fonte: Conews
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